terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

Paraty, para mim, para todos!

Parati¹. [Do tupi = ‘peixe branco’.] S. m. Bras. Zool., peixe teleóstio, perciforme, mugilídeo, com salpicos nos flancos, nadadeiras dorsal e anal cobertas de escamas. Diferencia-se da tainha pela ausência de listras no corpo; ("Novo Dicionário do Aurélio").
Parati². S. m. Bras. cachaça fabricada na cidade de Parati (RJ); ("idem").
Parati³. S. m. Bras. paraíso não tão perto da minha casa, mas para onde vou sempre que posso!; ("Minha Lista de Viagens Paradisíacas: edição revista e atualizada").

Paraty tem história, praias maravilhosas, natureza exuberante, muito charme e novidades sempre, apesar de já ser uma jovem senhora! Polivalente como ela só, é do mar e também da montanha, pois tem inúmeras praias, com a Serra do Mar a emoldurá-las. É rural e culta, pois possui vários alambiques que produzem premiadas cachaças, ao mesmo tempo em que sedia todos os anos a Flip (Feira Literária Internacional). É chique e despretensiosa, com hoteis, restaurantes, compras e passeios para todos os gostos e bolsos. É local e internacional, recebendo gente do Brasil e de todo o mundo! 

Esta belíssima e bem conservada cidade em estilo colonial, Patrimônio Histórico Nacional, preserva até hoje o seu rico passado. Fundada em 1667 em torno da Igreja de Nossa Senhora dos Remédios, sua padroeira, preserva até hoje os casarios das épocas áureas dos ciclos do ouro e da cana de açúcar. No século XVIII era um importante porto por onde escoavam o ouro e as pedras preciosas vindas das Minas Gerais, que iam diretamente para Portugal. Mais tarde, porém, a abertura do caminho da Estrada Real, que desembocava diretamente no Rio de Janeiro e em São Paulo, isolou a cidade economicamente.
Também chamada de Caminho do Ouro, esta estrada foi construída entre os séculos XVII e XIX pelos escravos, aproveitando as trilhas comumente usadas pelos índios. Nesta época, Paraty exercia a função de entreposto comercial e, em meados do século XVII, já eram muitos os caminhos que conduziam às minas de Minas Gerais, mas também eram muitos os seus descaminhos. Para evitar estes desvios, a Coroa Portuguesa determinou que o ouro e os diamantes deixassem as terras mineiras apenas por trilhas outorgadas pela realeza, que por isso receberam o nome de Estrada Real, que ainda têm alguns marcos (3ª foto abaixo):
foto de Ricardo Gaspar
foto de Ricardo Gaspar
Inicialmente, o caminho ligava somente a cidade de Paraty às províncias ricas em ouro e pedras preciosas do interior de Minas, principalmente a antiga Villa Rica, hoje Ouro Preto. No entanto, a Coroa Portuguesa percebeu a necessidade de um trajeto mais seguro e rápido para o porto do Rio de Janeiro quando resolveu, então, construir um caminho novo. Com 1.200 km de extensão, além de sua importância como eixo principal do ciclo do ouro, a Estrada Real também exerceu papel fundamental no desenvolvimento político, cultural e sócio-econômico do Brasil. A cidade de Ouro Preto era o centro de convergência entre os três caminhos da estrada: Caminho Velho, que ligava o Porto de Paraty a Ouro Preto; Caminho Novo, que ia do Rio de Janeiro a Ouro Preto; e Caminho dos Diamantes, de Ouro Preto à Diamantina. A estrada passava por 7 cidades de São Paulo, 8 do Rio de Janeiro e 162 de Minas! Esta via continua muito bem preservada e hoje em dia há passeios que podem ser programados com guias próprios da região.
Ao contrário da maioria das cidades brasileiras, Paraty foi planejada! Por causa da importância do seu porto, os engenheiros portugueses seguiram os padrões das cidades lusitanas, quando definiram como seriam as ruas e onde ficariam as igrejas, as praças, a cadeia, a câmara e as residências. Dizem que as esquinas desencontradas foram feitas dessa maneira para defender a cidade dos ataques dos piratas! Todas as construções tinham que ser regulamentadas por lei, cabendo multas para quem desobedecesse a essas determinações. Então, o Centro Histórico teve as suas ruas traçadas sob a influência das constantes subidas das marés, que sempre invadiram a cidade, das culturas do café e da cana, da atividade do porto e da maçonaria.

A maçonaria, que é uma instituição filosófica não-religiosa, surgiu na Idade Média, na Europa, quando a igreja católica proibiu a reunião de pessoas que pudessem questionar ou colocar em risco seu domínio. Para fugir dos inquisidores católicos, a classe média formou uma espécie de associação secreta, que buscava a verdade através da razão e da ciência, não apenas através da fé. Ela teve como modelo a organização dos pedreiros que construíram o Templo de Salomão, em Israel. Daí vem a relação dos maçons, que em francês significa "pedreiro", com esta categoria e com o uso de alguns símbolos relacionados a esses profissionais. 
Os maçons chegaram à vila de Paraty por volta de 1700, fugidos do Velho Mundo. Acharam a cidade segura para o desenvolvimento das suas novas ideias e passaram a influenciar os modos e os costumes do povoado, quando foram recebidos como “Os Iluminados”! Suas reuniões eram realizadas em sigilo e variavam sempre de lugar, para não serem descobertos. Por isso, os maçons passaram a demarcar a vila com sinais característicos da sua simbologia (veja as fotos abaixo), com o objetivo de indicar aos “irmãos” que chegavam à vila, que ali seriam acolhidos e encontrariam um abrigo seguro. Há vários maçons famosos na nossa História, como por exemplo, José Bonifácio, Gonçalves Ledo e D. Pedro I (e sua família)!
Por influência dos maçons, a cidade de Paraty foi urbanizada seguindo o exemplo de Óbidos, em Portugal, que também é uma cidade maçônica. Então, as portas e janelas da maioria das suas casas foram pintadas em branco e azul, o chamado “azul-hortência” da Maçonaria Simbólica, a exemplo da cidade lusitana. Caminhar por suas pedras “pé-de-moleque” é voltar a um passado glorioso, mas também misterioso, pois várias construções possuem esses símbolos enigmáticos Essas pedras foram necessárias porque as tropas de mulas, carregadas com ouro ou café, faziam grandes atoleiros nos dias de chuva ou levantavam nuvens de poeiras, nos dias de sol.  Mas, conta a lenda que as “sinhás” da época, para evitar que os escravos olhassem para dentro das casas através das janelas muito baixas, pediram para colocar essas pedras irregulares como calçamento, assim eles deveriam olhar sempre para baixo, para evitar quedas ou tropeços!
Anos depois, com a abertura da Estrada Paraty-Cunha e, principalmente, após a construção da rodovia Rio-Santos, na década de 70, a cidade começou a se transformar num próspero pólo turístico, gastronômico e literário, no âmbito nacional e internacional! Isso se deu graças ao seu bom estado de conservação arquitetônica e às suas belezas naturais, que unem praias e montanhas numa paisagem exuberante e harmoniosa! Isto porque nos seus arredores estão o Parque Nacional da Serra da Bocaina, a Área de Proteção Ambiental do Cairuçú, onde está Trindade e a Reserva da Joatinga. Para completar, a cidade ainda faz limite com o Parque Estadual da Serra do Mar, o que a transforma numa ilha verde, cercada de Mata Atlântica por todos os lados!

Paraty ou Parati? Na época do descobrimento do Brasil, os índios do Vale do Paraíba desciam a serra para pescar, pois sabiam que o peixe parati, nos meses de inverno, subia os rios para desova, tornando-se presa fácil. Havia tantos peixes que os índios chamavam este lugar de “paratii” que significa em tupi “água do parati” (“parati” = espécie de peixe e o “i” = rio ou água). Os jesuítas, que catequizaram os índios e foram os primeiros a estudar suas línguas, tinham o costume de substituir o duplo “i” pela letra “y” passando assim o nome de Paratii para Paraty. 

Mas, em 29 de janeiro de 1942, quando houve uma reforma ortográfica eliminando o W, K e Y do nosso vocabulário, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) passou, por causa disso, a escrever erroneamente o nome da cidade com “i”.  Eu, pela força do hábito, sou adepta do “y”!
Paraty fica a 250 km do Rio e a 300 de São Paulo, seguindo pela sinuosa Rio-Santos. Mas, em compensação, há belíssimas paisagens do mar, das ilhas e da abundante vegetação da Mata Atlântica. Na cidade há muitas opções de pousadas, dentro ou fora do Centro Histórico, onde carro não entra, pois é fechado por grossas correntes! As minhas preferidas dentro do Centro Histórico são: 
Vila Bom Jardim - do mesmo proprietário do Sandi, fica numa ilha a 10 min do Centro
Fora do Centro Histórico costumo ficar nas pousadas abaixo, ambas a uns 500 metros da entrada do Centro. Minha preferência é pela primeira, que além de ser bem simpática e confortável, também tem uma cervejaria própria, onde podemos saborear deliciosos tipos artesanais, com lúpulo belga! Há a possibilidade de se visitar a fábrica, que é bem interessante e fica bem ao lado da pousada.  

Paraty tem muitas praias maravilhosas, mas, por ironia, as que ficam na cidade não são boas. Porém, há vários passeios de barco, que podem ser feitos numa escuna grande, ou em traineiras menores e mais caras, porque oferecem roteiros personalizados. Para uma primeira vez até recomendo uma escuna, que apesar de ser bem maior, é animada e o roteiro inclui praias bacanas. Tanto as escunas quanto as traineiras saem do píer de Paraty e visitam principalmente as praias do Lula, Vermelha, Conceição e Saco da Velha. De traineira dá para ir às ilhas dos Meros, dos Cocos e do Algodão, que são imperdíveis!
Há outras praias muito bonitas e agradáveis que podem ser alcançadas de carro, seguindo na direção do Rio de Janeiro: Praia Grande, a uns 10 km do Centro Histórico e São Gonçalo e São Gonçalinho, a uns 30 km. Partindo delas, vale muito a pena conhecer as ilhas do Cedro, do Araújo, Pelados e Peladinhos. Na alta estação há sempre barcos partindo do píer da Praia Grande, mas na baixa eles só saem do píer de Tarituba, a uns 35 km de Paraty. As vistas de todas essas praias, que têm a Serra do Mar em frente, contrastando com as águas calmas, transparentes e verde-azuladas, são deslumbrantes!  
Indo no sentido de São Paulo, temos mais duas pérolas: a Praia de Paraty-Mirim e o Saco do Mamanguá. Esta praia fica a 17,2 km de Paraty, dos quais 9,6 km são feitos pelo asfalto e os outros 7,6 km são por terra, sendo que este último trecho passa por uma reserva indígena e por algumas cachoeiras. Durante o período colonial, o local foi porto de desembarque de escravos, e algumas lembranças desse tempo são a pequena Igreja de Nossa Senhora da Conceição, construída em 1746, e as ruínas de vários outros casarões. Atualmente, existe na área uma vila de pescadores e algumas casas de veraneio. A praia tem aproximadamente 760 metros, é cortada ao meio pelo rio Paraty-Mirim e há dois quiosques simples, mas que nem sempre estão abertos. 

A partir de Paraty-Mirim, e somente pelo mar, chega-se em aproximadamente 45 minutos ao Saco do Mamanguá, o nosso belíssimo “fiorde tropical”! Ele é assim chamado porque tem um longo braço de mar que avança entre as montanhas. São 8 km de extensão por 1 km de largura e ao fundo, em formato de bota, encontra-se o maior e mais conservado manguezal da baía da Ilha Grande. A área está protegida das correntes marinhas e das ondulações maiores, e a temperatura de água costuma ser mais quente do que em outras regiões. Essas características, aliadas ao fato de haver o manguezal, faz do Mamanguá um berçário natural de peixes, crustáceos (especialmente camarões) e moluscos. O local é bem protegido por leis ambientais, estando ao mesmo tempo dentro da Reserva Ecológica da Juatinga e da Área de Proteção Ambiental do Cairuçu. 

O grande atrativo do Mamanguá é o seu morro do Pão de Açúcar, que do seu topo, após uma caminhada de aproximadamente 1h30, se tem uma das vistas mais bonitas da região! Há também no local várias opções bacanas de pousadas e de atividades.
Outro programa pitoresco é conhecer os alambiques que ficam nas redondezas de Paraty, que também ajudaram a torná-la famosa, depois das suas belezas naturais! Um dos mais conhecidos e recomendados é o da premiada cachaça Maria Izabel, que fica a 8 km ao norte da cidade, num lugar muito bonito à beira-mar (fotos abaixo). O local é aberto à visitação, que deve ser agendada previamente e agora oferece uma pousada também.

Não é preciso gostar de pinga (nome popular da cachaça) nem de caipirinha (bebida feita com suco de limão, açúcar a gosto e cachaça) para visitar os alambiques, pois esses locais são bem interessantes em termos históricos e culturais. Alguns têm um boa infra-estrutura, com loja, restaurante a atividades recreativas, como o Murycana que tem muitas atrações e divertimento para a garotada também! 

Há em Paraty diversas opções de bons restaurantes, com ambientes agradáveis e comidas saborosas e exóticas: Thai Brasil (comida tailandesa) ; Banana da Terra (peixes, carnes e vegetariano), Benditas (peixes e carnes), Punto Divino (massas e pizzas realmente divinas!), Cervejaria Caborê (comida alemã, cervejas e chopes artesanais fabricados no local; o chope preto é o que há!). 
Perto da cidade há dois lugares bem aprazíveis, que valem muito uma visita: o primeiro é o  Villa Verde, lugar fresco, arejado e rodeado por bela mata e jardins, oferecendo ainda um riozinho refrescante, para depois sim, ter um almoço gostoso e farto, com massas frescas feitas na hora pelo chef e proprietário. Há no local uma casa muito charmosa para se alugar! O segundo é o Quiosque São Francsico, pé-na-areia super aconchegante, bem em frente à Praia Grande, onde há frutos do mar fresquinhos e muito bem preparados, com destaque para o ceviche e o polvo ao vinagrete! Recomendo, para a sobremesa, a banana flambada na cachaça, tudo preparado com muito capricho pela jovem chef e proprietária Catarina, que ainda encontra tempo para fazer lindos artesanatos, que estão à venda, juntamente com boas cachaças, na simpática lojinha do restaurante!
Villa Verde
Quiosque São Francisco
Dois restaurantes charmosos em ilhas: Kontiki, na Duas Irmãs e Restaurande do Hiltinho, na do Algodão. O primeiro disponibiliza um barco que parte do cais de Paraty, numa viagem rápida e agradável. Também se pode chegar com barco próprio, pois há um cais e várias bóias. A paisagem é única, a decoração é exótica e a comida é boa e variada, oferecendo frutos do mar, carnes, massas e risotos. Além disso, há várias opções de esportes e lazer, como estirar-se na praia e beber capirinhas de várias frutas diferentes ou alugar caiaques e máscaras de mergulho, para abrir o apetite.
 Kontiki
Algodão
A cidade de Paraty tem três festas muito famosas e cobiçadas: 
1) O Carnaval, com o desfile do folclórico Bloco da Lama, formado por seres quase pré-históricos, que saem do mangue da Praia do Jabaquara e seguem em direção ao Centro Histórico, levando muita alegria e espantando as tristezas (e algumas crianças também!).
2) A Festa do Divino, que chegou ao Brasil trazida pelos colonizadores, e vem acontecendo em Paraty desde o século XVIII. Realizada no dia de Pentecostes (50 dias após a Páscoa), esta festa homenageia a Terceira Pessoa da Santíssima Trindade. Este acontecimento envolve toda a comunidade, então a sua organização começa sempre um ano antes de sua realização. Um “festeiro” é escolhido pela Paróquia, com o intuito de arregimentar dezenas de voluntários para as inúmeras atividades religiosas e profanas.

São 11 dias inteiros de missas, ladainhas, leilões, rifas, bingos, bebidas, comidas, danças típicas e shows musicais. O Divino vem mantendo, ao longo dos séculos, o mesmo espírito comunitário, religioso e folclórico dos primeiros tempos. No último fim de semana das comemorações, ao meio dia, são distribuídas comida e bebida à população. À noite, na Matriz, um adolescente da comunidade é coroado "Imperador do Divino" e recebe várias homenagens, como a apresentação da Dança das Fitas, da Dança dos Velhos e dos Bonecos Folclóricos de Paraty: o Boi, o Cavalinho, o Peneirinha e a Minhota, originária do Minho, em Portugal. O Imperador e sua corte, o festeiro e dezenas de outros devotos, carregando suas bandeiras, dão uma volta pela cidade, para arrecadar donativos, e seguem juntos para assistir à missa. Depois, na cadeia antiga, o Imperador simbolicamente liberta um preso. A última procissão acontece no último dia à tardinha, quando o festeiro passa a Bandeira Mestra para o festeiro do ano seguinte.

3) Flip, a Festa Literária Internacional, que em 2014, na sua 12ª edição, acontecerá de 30 de julho a 03 de agosto. É um dos eventos culturais mais importantes do Brasil e da América do Sul. Conta sempre com a participação de importantes escritores, nacionais e estrangeiros, em debates e palestras nos prédios históricos e em tendas armadas pelas ruas da cidade. A cada ano a esta festa homenageia um grande escritor já falecido, como já foram homenageados Vinícius de Morais, Clarisse Lispector, Guimarães Rosa, entre outros. Tem cerca de 200 eventos orientados a todo tipo de público, com debates, oficinas, filmes, shows e exposições. 

Eeste ano o grande homenageado será Millor Fernandes, escritor, dramaturgo, editor, tradutor, artista gráfico, mestre do humor e uma das figuras mais representativas da imprensa brasileira, que faleceu em 2012 aos 88 anos, muito bem vividos! Salve ele!
Um programão para adultos e crianças é o Grupo Contadores de Estórias, um famoso teatro de bonecos. Ele foi criado em 1971 por Marcos e Rachel Ribas e em 1981 foi radicado em Paraty, onde tem encantado platéias de vários países. Continua até hoje a se apresentar em teatros e festivais importantes no Brasil e no exterior, sendo sempre aclamado pelo público e pela crítica especializada. O espetáculo ocorre regularmente às quartas e sábado, no Teatro Espaço, conquistado um público sempre crescente, tanto que as suas apresentações viraram programa obrigatório, sendo recomendadas pelos principais guias e publicações culturais e turísticas, de várias nacionalidades. 

“Ao final da apresentação sem palavras, fica a extraordinária sensação de que as figuras em miniatura são mais reais que os humanos.” (Stephen Holden – The  New York Times).
Para uma segunda ou terceira viagem a Paraty, que seja mais longa e nunca na alta temporada, recomendo um passeio a Trindade, que fica distante 30 km, em direção a São Paulo. O local fica numa APA (Área de Proteção Ambiental) e suas lindas praias, trilhas e cachoeiras são cercadas pela exuberante Mata Atlântica, recebendo turistas do Brasil e de fora. A vila de Trindade oferece várias opções de hospedagem, compras e gastronomia, mas sempre mantendo o estilo rústico-charmoso, característico do lugar. 

Depois da alta temporada, e somente depois, Trindade volta a ser tomada por um clima de sossego e tranquilidade, encontrados em poucos lugares da região costeira do país. Apesar de se localizar no eixo Rio-São Paulo, as duas maiores cidades do Brasil, o lugar ainda é quase que exclusivamente uma vila de pescadores, com muitos atrativos para quem pretende desfrutar de suas belezas naturais. 

Repito pela terceira e última vez: não vá na alta temporada, pois você vai achar que eu sou cega, louca ou mentirosa, ou as três coisas ao mesmo tempo!!! Isto porque, apesar de estar numa APA, a Vila de Trindade no verão fica infestada de mochileiros, que sujam e maltratam a região, acabando com toda a beleza do lugar. Nada contra quem acampa e preserva ao mesmo tempo, mas não é este o caso e nem a área é para isso! Sei que estou sendo bastante repetitiva, mas é que se trata de mais um desses contracensos, que só existem no Brasil! O lugar é paradisíaco, com rica flora e fauna, então, a exemplo da Praia do Atalaia, em Fernando de Noronha, também deveria ter um número controlado de visitantes e nunca, mas nunca mesmo, o camping deveria ser permito por lá. Fica aqui o meu protesto! Mas tenho certeza que você vai concordar comigo, vendo as fotos abaixo:
É ou não é o paraíso? Merece ou não merece ser protegido e preservado???

Bem, neste relato ficou faltando o passeio pelo Caminho do Ouro, que prometo que publicarei depois que eu tiver participado desta aventura! É muito bom ter motivos para se voltar ao lugar que gostamos, e Paraty estará para sempre no topo da "Minha Lista de Viagens Paradisíacas: edição revista e atualizada"! 

Próxima parada: Chapada Diamantina! Vá separando suas botas próprias para caminhada, chapéu, mochila, cantil e muuuuuita disposição!





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